O termo 'dificuldade de
aprendizagem' começou a ser usado na década de 60 e até hoje - na
maioria das vezes - é confundido por pais e professores como uma simples
desatenção em sala de aula ou 'espírito bagunceiro' das crianças. Mas a
dificuldade de aprendizagem refere-se a um distúrbio - que pode ser
gerado por uma série de problemas cognitivos ou emocionais - que pode
afetar qualquer área do desempenho escolar.
Segundo especialistas, as crianças
com dificuldades de aprendizagem podem apresentar desde cedo um maior
atraso no desenvolvimento da fala e dos movimentos do que o considerado
'normal'.
Mas os pais têm que ter cuidado para não confundir o desenvolvimento normal com a dificuldade de aprender. A
psicóloga Maura Tavares Rech, especialista em psicoterapia infantil,
afirma que "toda a criança tem um processo diferente de desenvolvimento -
umas aprendem a andar mais cedo, outras falam mais cedo - e isso é
absolutamente normal, não existe um 'padrão' de desenvolvimento. Portanto
é importante que os pais respeitem o desenvolvimento geral da criança.
Nesta fase o pediatra torna-se um grande aliado dos pais", diz a
psicóloga.
Crianças
com dificuldades de aprendizagem geralmente apresentam desmotivação e
incômodo com as tarefas escolares gerados por um sentimento de
incapacidade, que leva à frustração.Neste caso, a orientação da psicóloga é de "valorizar o que a criança sabe para fortalecer sua autoestima". Mostrar
para a criança o quanto ela e boa em tarefas na qual ela tem habilidade
e incentivá-la a desenvolver outras tarefas nas quais ela não é tão
boa, é fundamental.
"Os pais têm que dar segurança e atenção para ensinar a criança a aceitar as frustrações", diz Maura. Criar
um ambiente adequado para que ela desenvolva o estudo e estabelecer
limite de horários para a realização das tarefas são outras dicas
importantes da psicóloga.
Mas não se deve confundir dificuldade de aprendizagem com falta de vontade de realizar as tarefas. Maura
afirma que problemas de aprendizagem podem ser causados por uma simples
preferência por determinadas disciplinas ou assuntos. "Nestes casos um
professor particular pode, muitas vezes, resolver o problema", diz ela.
Se os pais acreditam que seu filho
apresenta dificuldades de aprendizagem, devem procurar um profissional
para receber as orientações.
Neste caso, os psicólogos com
especialização em clinica infantil, são os profissionais adequados para
realizar uma avaliação e tratar da criança, se o problema for gerado por
fator emocional. Caso o diagnóstico da
criança for dificuldade cognitiva, a criança deve ser encaminhada para
um psicopedagogo que poderá ajudar no desenvolvimento dos processos de
aprendizagem.
Para obter resultados concretos é
preciso ser feito um trabalho em conjunto entre pais, psicólogos,
escolas e professores, que deverão estar envolvidos com um único
objetivo: ajudar a criança. E é imprescindível que os pais conheçam seus
filhos e conversem frequentemente com eles para que possam detectar
quando algo não vai bem.
Redação Terra
OLHAR PSICOPEDAGÓGICO
Cada criança tem o processo de desenvolvimento diferente, algumas aprendem com maior facilidade enquanto outras aprendem mais devagar. E nesse momento que é de fundamental importância que o professor analise individualmente cada criança para poder adequar os conteúdos conforme a necessidade de cada um.
As mudanças de estratégias de ensino podem contribuir para que todos aprendam. Em alguns casos, as estratégias de ensino não estão de acordo com a realidade do aluno.
A prática do professor em sala de aula é decisiva no processo de desenvolvimento dos educandos. Esse talvez seja o momento do professor rever a metodologia utilizada para ensinar seu aluno, através de outros métodos ou atividades ele poderá detectar quem realmente está com dificuldade de aprendizagem, evitando os rótulos muitas vezes colocados erroneamente,
que prejudicam a criança trazendo-lhe várias consequências, como a
baixa estima e até mesmo o abandono escolar. “O que é ensinado e
aprendido inconscientemente tem mais probabilidade de permanecer”. (COELHO, 1999 p.12).
Assim, deve-se propiciar um ambiente favorável à aprendizagem, ou seja, em que sejam trabalhadas também a autoestima, a confiança, o respeito mútuo e a valorização do aluno.
Ao entrarmos em contato com a Psicopedagogia, percebemos, a partir das leituras e estudos, principalmente dos escritos de Alícia Fernández, que: “ser ensinante significa abrir um espaço para aprender. Espaço objetivo e subjetivo em que se realizam dois trabalhos simultâneos: a construção de conhecimentos e a construção de si mesmo, como sujeito criativo e pensante”. (FERNÁNDEZ, 2001, p.30).
Portanto, ensinar e aprender são processos interligados. Não podemos pensar em um, sem estar em relação ao outro. Ainda segundo Fernandez (2001, p.29), “entre o ensinante e o aprendente, abre-se um campo de diferenças onde se situa o prazer de aprender”. Ensinantes são os pais, os irmãos, os tios, os avós e demais integrantes da família, como também, os professores e companheiros da escola.
De acordo com Sena, Conceição e Vieira (2004), o processo de ressignificação da prática
pedagógica se constrói por meio de um processo que se efetiva pela
reflexão criticoreflexiva do professor sobre seu próprio trabalho, isto
é, a partir da base do contexto educativo real, nas necessidades reais dos sujeitos, nos problemas e dilemas relativos ao ensino e à aprendizagem.
O professor não apenas transmite os conhecimentos ou faz perguntas, mas também ouve o aluno, deve dar-lhe atenção e cuidar para que ele aprenda a expressar-se, a expor suas
opiniões.
Segundo Firmino (2001) as evidências sugerem que um grande número de alunos possui características que requerem atenção educacional diferenciada.
Eu atualmente estou direcionando meu trabalho psicopedagógico voltado as questões de linguagem oral,
alfabetização e raciocínio lógico matemático.
Torna-se relevante em minha prática, as ações abaixo discriminadas:
*que todo atendimento inicia com uma queixa inicial do aprendiz ou de um responsável;
*que o trabalho realizado conta com troca de informações com a família, escola, local de trabalho;
*que são aplicadas avaliações iniciais específicas , jogos, caixa de trabalho individual;
*que o olhar,a escuta e o registro são os verbos primordiais no dia a dia em cada atendimento;
*que seja feito cada encaminhamento necessário aos especialistas de outras áreas para atuar de modo multidisciplinar;
*que os atendimentos podem ser em grupo ou individual;
*que seja feita a devolutiva oral e por escrito;
*que seja respeitado e considerado que cada aprendiz é único:
*que
necessita de ações mediadoras e facilitadoras para atingir resultados
positivos e significativos em seu comportamento e aprendizagem;
* que possa sentir-se em estado de pertinência, felicidade e construção.
Rosangela L. S. Vali
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